segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sobre... Cinema

Será que alguém ainda lê isso depois de tanto tempo?
Tem uma coisa que eu queria muito escrever aqui. E esse texto está lotado de spoilers, então eu peço que quem pretende assistir ao filme mencionado em seguida sem ter nenhuma surpresa estragada, que o faça antes de ler o qe vou escrever.
Eu acabei de chegar do cinema. Fui ver As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian. O filme é legalzinho, bem melhor que o primeiro e tal, mas não é esse meu assunto. Para quem não sabe, Nárnia é um conjunto de sete (hehe, se não me engano) contos, dos quais Príncipe Caspian é o terceiro. Esses contos começam na criação e seguem numa ordem cronológica até o fim do mundo de Nárnia. E o criador é um leão, chamado Aslam. Inclusive, o título do conto que inspirou o filme anterior, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, menciona esse mesmo leão.
Muito se diz também sobre o autor das histórias, C.S.Lewis. Ele era um amigo de J.R.R.Tolkien, o autor de O Senhor dos Anéis; mas, enquanto aquele se inspira em assuntos de mitologia nórdica para compor suas histórias, Lewis era cristão. Nárnia está repleta de referências ao cristianismo, e Aslam chega a ressuscitar no primeiro filme, depois de se sacrificar para purificar um dos personagens principais de seu pecado.
Aí chegamos no assunto que tanto me incomodou. Em O Leão, a vilã da história é a Feiticeira Branca, que desde o primeiro dos contos (que mostra Aslam criando o mundo em alguns dias) era meio que o demônio do pedaço. Me parece bem natural, e Aslam volta dos mortos justamente para destruí-la. Mas agora... a história é sobre um príncipe banana, que não consegue matar seu tio tirano para ficar com o poder, mas mata metade do exército dele, e três quartos do seu próprio, sem dó. O inimigo aqui é um povo inteiro, e mesmo assim o "deus" Aslam aparece para ajudar os narnianos a aniquilar um mooonte de gente do exército inimigo... qual é a dele? Por que motivo Aslam deveria ter ajudado os narnianos? Que referência ao cristianismo é essa? Quero dizer, qual é o povo "escolhido", que tem o aval de Deus para aniquilar outros em nome de sua liberdade? Será que existe mesmo algum? Eu sinceramente e honestamente não estou tentando provocar ninguém, mas eu li Nárnia há alguns anos e não tinha reparado neste fato. Agora, estou intrigadíssima...
Que cristão era esse, C.S.Lewis? Apoiando alguma Jihad da vida?

6 comentários:

Unknown disse...

Oi Re,

Voce sabe quando o livro foi escrito?
Concordo com o que vc escreveu,
creio que pode haver mensagens
subliminares para justificar
genocidios.

Renata Brunelli disse...

Não...
Mas ele era amigo do Tolkien, logo deve ter sido na época em que ele escreveu SDA... mais ou menos na époa de 50...

Renata Brunelli disse...

Olhei no Google, hehe: 1951. Tanto que a história se passa durante a segunda guerra, então não poderia ter sido muito antes disso..

Tamires Kopp disse...

Oi Renata!
Você por acaso morou em P.Alegre?
Caso afirmativo vc é a pessoa que estou procurando.
Caso negativo boa sorte e sucesso para vc e o seu blog, que por sinal é bem interessante.
Parabéns

Anônimo disse...

Eu imagino que em muitas histórias existe a referência aos fatos que se passaram nas guerras. Como gosto muito de Tolkien, uma vez em uma discussão com um professor, fui questionado quanto à comparação no livro "O Hobbit", entre os anões e os judeus, povo oprimido, e entre o grande dragão vermelho Smaug (alemães) que rouba tudo que pertence aos anões, e provoca um genocídio geral, sobrando alguns poucos que são obrigados a fugir pelo mundo afora.
O que você acha disso, Rê? Eu imagino que na maioria das histórias onde existe guerra, pode-se achar alguma inspiração em guerras que ocorreram em épocas mais recentes ou mais antigas... afinal, é nelas que se basearam as histórias (digo a base onde o conhecimento sobre a guerra é construída)...

Renata Brunelli disse...

Interessante.. mas não TODA história... acho que mais as histórias que remetem ao épico!